começo minha semana revendo meus passos. a capa da "vida simples" desse mês fala de "amanhã eu faço". me dei conta da quantidade de coisas deixadas pra depois em minha vida. revi meus guardados e encontrei coisas que havia prometido a mim mesmo fazer a muitos anos atrás e hoje essas coisas não passam de simples frases escritas em folhas de caderno guardadas numa caixa de sapato. uma viagem curta, um e-mail que poderia ter mudado o rumo da minha vida, aquele contato, aquela palavra de elogio, aquele momento meu, deixado sempre pra depois, um tempo para amar alguém, também sempre deixado pra depois. pra quê deixar pra depois se nem sei se haverá depois? se não houver, o que terá valido a pena?
aprendi uma nova palavra: procrastinação, "do latim "postergar, atrasar, demorar, adiar, delongar". procrastinar me desgasta, consome minhas energias.
comecei arrumando minhas gavetas para chegar à arrumação da minha vida. algumas descobertas entre coisas guardadas, esquecidas. foram pro lixo coisas que só me ocupavam espaço. com elas, comportamentos, medos, angústias, resquícios de uma vida guiada por uma ideologia imediatista e vazia. é chegado o momento de pensar em mim de forma mais consistente, conjulgando sucesso profissional, amor, família, amigos, e muito de mim. descobri que o prazer de hoje nem sempre nos acompanha no café da manhã de amanhã. então, novas formas de se enxergar o tempo, o amor, o prazer, a saudade, a melancolia, a nostalgia, os amigos (estes continuam sempre presente, mesmo que só em minha poesia) passam a permear meu dia-a-dia de novos sentidos.
se havia algum resquício de alguém comigo, ou se deixei algo meu com alguém, acabo de recobrar...
...sozinho.
(à propósito, eu ainda sou meu)
parei!
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
Te fazer o café fraco, eh!...
Parei!
De pegar o carro correndo
De ligar só prá você
De entender sua família
E te compreender, êh!..."
(ana carolina, em "hoje eu tô sozinha")
ouça no play abaixo. (atentem para os arranjos de violino)
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