Em toda a minha existência, breve ou não, tive a oportunidade, por duas vezes, de experimentar o deleite de ser eternizado num poema. O que se segue vem de um amigo, de quem, antes de qualquer coisa, sou admirador incondicional pela sabedoria e sensibilidade, juntas. Um cara que me enche de orgulho a cada palavra escrita, a cada bobagem dita, a cada resenha celebrada. Compartilho essa pérola que, humano que sou, massageia meu ego.
Cruz do mundo
À Nelio Souto
Eu não serei a cruz do mundo.
A cruz que salva.
Não serei.
A cruz pesada nos ombros de meu amigo.
Comprimindo em toda dor seu coração imenso.
Serei menos ainda.
Estarei por aí a questionar quando enxergar.
Enquanto escuridão, a me enganar.
Em todas as cavernas que estive.
De quantas saí?
Onde nasci vi gente que clarificava a vida.
Apalpando-a.
Senhor nos proteja da cegueira.
Besta e contínua.
Transpiro.
Vou me derretendo.
Depois de ter feito o possível embelezar.
Um ipê pingando suas flores.
Imensos cogumelos das minhas avenidas.
Deveras, o fim da primavera não serei.
Mais um gol.
Nada mais se cessa.
Nova esperança neste mundo cinza.
Um parto grito.
Um parco mito.
__ Mais um gol pra essa gente meu Deus!
João Neto 09/09/12
2 comentários:
Devo dizer do quanto me orgulho do meu querido irmão... João Francisco! Felizes o que podem com você conviver. Parabéns ao Nélio por merecer tamanha homenagem...
Puxa vida Isis querida. Não sei o que dizer. Feliz mesmo sou eu que posso conviver com vocês, gente que cativa minha criatividade.
Já pensei em ter um monte de Nélios, Isis, Jacuris, Pedros, Amandas e Joões na minha vida. Cheguei ao egoísmo que só querer gente assim. Tolice, o bom é apreciar os momentos curtos, mas marcantes, com a presença de vocês. Assim fica sempre aquele vontade de vê-los sempre e sempre. Assista "E se vivêssemos todos juntos", foi indicação do Nélio. Vai saber como os quero no futuro.
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