Espaço de conteúdo quase inédito, num mundo onde tudo já foi dito, escrito, cantado, postado, fakeado...
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Perdi minha sensibilidade, alguém viu?
Ouvi de uma pessoa muito especial que tenho perdido minha sensibilidade. Fiquei com medo por sempre achar que fosse feito disso e assim estaria perdendo também parte de mim. Sempre achei que fosse justamente a sensibilidade que me dava uma compreensão boa do mundo. Ela que tornava meu dias menos pesados e até servia como companhia para mim que no fundo no fundo me senti sozinho por muito tempo.
E nessa volta resolvi compartilhar um pouco da minha vida a quem se dispuser de um pouco de tempo lendo essas coisas. Concordo que perdi um pouco da sensibilidade sim. Deixei um pouco de lado coisas que não poderiam ter deixado em detrimento de outras (coisas e pessoas) que não sei bem se mereceram tanta audiência.
Perdi minha sensibilidade, mas me formei e agora acabou a desculpa. Como o tempo voa e já perdi muito tempo nessa vida, emendei logo outro curso e uma pós-graduação. Eu sou assim, intenso, cheio de buscas e nunca consegui esperar que as coisas acontecessem como na música do Revelação, "naturalmente". Tudo para ontem e agora por que para mim a vida é assim, urgente.
Perdi a sensibilidade mas... voltando à sensibilidade, tenho tentado exercitá-la, lendo mais, ouvindo mais música, papeando mais com os amigos do passado, e o mais legal, tenho deixado o automatismo de lado. Quem já me lê a mais tempo sabe do quanto luto contra ele, contra o efeito de normalizar as coisas à ponto de deixar de enxergá-las, deixar de senti-las.
E no meu exercício de sensibilidade, hoje por exemplo, reparei o quanto meu lixo diz sobre mim e o quanto o lixo do vizinho diz sobre ele. Na verdade reparei sobre a quantidade de coisas que dizem algo sobre nós. Somos muito mais do imaginamos ser, ou do que nos julgamos ser. Também reparei na minha vida, no meu quarto, na minha agenda, no meu computador, no meu telefone, no quanto tudo é tão complexo e no quanto tudo precisa de reparos. Coisas para serem doadas, poeira nos cantos, espaços vazios, espaços embolados, números que não me servem mais, arquivos duplicados e o espaço em disco acabando. Bora cuidar disso?
E sensibilidade... é essa busca, essa tentativa de cumprir os planos ao menos da semana, é que vamos tentando, buscando, por que afinal a vida é feita de busca e cumprindo os planos do dia e da semana, quem sabe o ano fecha melhor e a vida... quem sabe né? Boa sensibilidade para nós, por que nós temos.
Ao som de "Coração Radiante" na voz de Clarice Falcão
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
aposto que não perdeu sensibilidade nenhuma, apenas deixou de pensar nos outros antes de pensar em você... isso não é ser insensível e nem egoísta, isso chama-se amor-próprio!
Amo-te!
Bjs
Pelo visto ao menos não perdeu a maior das sensibilidades. A de reconhecer as nossas fraquezas. Reconheceu que perdeu a sua sensibilidade, reconhece sempre as sua ignorância e busca muito mais conhecimento. E você não para de estudar, não se cansa de ler, não desiste de sempre nos ensinar a como sermos seres mais humanos.
Apesar da distância não perdemos a sensibilidade de sermos amigos para sempre, amigo dos seus antigos velhos e eternos amigos.
Perdemos sim a sensibilidade por conta de nossas responsabilidades mas ainda nos atentamos para o sabor do café, do bom vinho que você tanto gosta.
A sensibilidade talvez esteja escondida lá no fundo. Está nos nossos corações e não na cabeça. E ela, a sensibilidade, talvez seja muito mais simples que muitos imaginam. Deixe-se levar pela primeira idéia, essa é muito mais emocional que racional. Solte a criança que existirá sempre em cada um de nós. Colora a páginas da sua agenda, desenhe monstros dos quais tenha medo e desenho o seu super herói derrotando-os. Exorcise os preconceitos e sorria sempre de qualquer situação, mas as vezes chore quando se emocionar. Isso ajuda a nos tornarmos mais sensíveis, ou ao menos resgatar a nossa jamais perdida sensibilidade.
Amigos estão sempre por perto para o que for preciso. E eu sempre estarei por perto. Meio sem tempo como sempre, mas paro o que for se preciso para estar ao lado de bons amigos.
Grande abraço!
Luiz Bicalho
Pôxa Luiz, tô no mínimo emocionado com suas palavras. Confesso que conhecia pouco esse seu lado poeta. Posso trocar seu comentário pelo meu post? Tá anos luz melhor... Saudade amigo... realmente poderíamos conviver mais, trocar mais idéias... discutir mais, como discutíamos tanto né...
Vamos ver o que podemos fazer à respeito. Valeu pelas palavras, pelas belas palavras.
E Liv, tem razão, acho que passei a me valorizar mais e esquecer um pouco "do outro", ou seja, tô exercitando mais meu amor-próprio... Obrigado pela visita, internacional. Beijo grande!
Postar um comentário