Tô aqui tentando pensar num assunto para começar esse post mas confesso que tá difícil. Saudade de quando era só abrir o computador e escrever, ou de quando antes ainda, era só abrir o caderno ou pegar uma folha branca e ir, indo, escrevendo. Não sei o que houve mas esse tempo passou. Cheguei a pensar que a técnica jornalística foi quem me tirou a sensibilidade de escrever. Sempre quando tento falar um pouco de coisas bobas, como sempre gostei de fazer, logo logo tô pensando em fontes, em apuração, em imparcialidade e tudo vira automatismo. Justamente agora que tudo que eu não quero é ser imparcial.
(pôxa, levei anos tentando firmar, moldar - sei lá - uma personalidade onde eu pudesse me respeitar, me entender, e de repente vem essa tal de imparcialidade se meter em tudo que eu escrevo, não me deixando me apresentar e dizer a quê vim ao mundo).
Às vezes penso que tá difícil escrever por conta do momento em que estou vivendo. Sei lá, não tenho muito do que reclamar e relendo meus textos antigos, vejo que eles não são nada além de protestos, clamores, reclames pelos amigos distantes, pelos amores que se foram, pelas separações e inúmeras faltas implacáveis. Não tenho sofrido desses males e talvez por isso, por hora, eu só esteja produzindo textos mais carrancudos (voz para reclamar do vergonhoso reajuste do salário mínimo, por exemplo, não me falta).
Não sabia e nem fazia idéia de como a vida poderia ser melhor quando se quer que ela seja, assim de verdade, com todas as forças. Tirar satisfação do imprevisto, do diferente, da adversidade e dos desafios é muito bom para a auto-estima. Aprendi a criar um plano b para meus planejamentos, então tem sempre alguma coisa dando certo, mesmo quando dá errado. Tô deixando a vida me levar ("vida leva eu") e tem sido bem melhor do que quando tinha medo e por conta dele mal saia do lugar.
Entre novos sentimentos experimentados, a velha amizade ainda é o que salva meus dias. Nada melhor que estar acompanhado de pessoas a quem você quer bem, quer próximo, acompanhando cada sorriso e conquista. Vivi momentos muito agradáveis ao lado de dois grandes amigos na viagem que fiz à Brasília no último final de semana. Não há como não me lembrar com afeição e riso frouxo da cara de um deles, fazendo caretas de medo, sentado ao meu lado, voando pela primeira vez de avião. Ou então do chope, almoço, casa e família devidamente preparados para nos receber (a mim e ao do primeiro vôo de avião) como reis em Brasília. Falta ao serviço, horas de passeio e litros de gasolina queimados para que tudo corresse bem. Esses e outros empenhos faz de mim um sujeito agraciado. Amo meus amigos e a eles responsabilizo por grande parte das minhas realizações. Isso só é possível por eles respeitarem minha singularidade. Enquanto esse valor for mantido, estaremos aí, cuidando uns dos outros.
Falando em cuidados, acho que só agora fui entender de verdade o que é ser cuidado fora de casa, depois que meus pais, como redbul, me deram asas. Entendi bem como é ter uma mulher pra cuidar (e bem) de mim. Tenho me tornado (ou pelo menos tentado me tornar) um homem melhor por que meu maior incentivo é vê-la, a cada dia, buscando ser a mulher perfeita pra mim, mesmo sabendo que essa mulher não existe. Dentre outras coisas, o amor deve ser feito disso também.
Vou ficando por aqui torcendo para que, dia após dia, esse conforto que sinto agora venha me visitar mais vezes e fique, como tem ficado. Com a família, os amigos e a namorada que tenho, estou preparado pra essa vida, e shakespeare já dizia que "estar preparado é tudo".
Ao som de "alors on danse" pra matar a saudade de Brasília.
5 comentários:
Só tenho a agradecer... Simples assim... Muito obrigado, Fiote!!!
Amigo
Tenho que visitar mais teu blog. Tá lindo!
Beijos
oi cris, que bom que apareceu... a quanto tempo. valeu pelo carinho.
Olá!
Parabéns pelo blog!
Faço parte do GRTV. Estou seguindo o seu blog. Se possível, retribua visitando o meu:
www.marcossilverio.blogspot.com
Olá!
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