bom, finalmente conseguimos. estreamos hoje.
fazer teatro é gostar de sofrer. montar "martins" é puro martírio. quem é do "meio" e ouve falar que tem um bando de aventureiros montando "martins", torce o nariz. solidificaram um formato de teatro em belo horizonte, que quem não segue uma determinada linha é visto meio que como transgressor, ainda mais em se tratando de novatos.
e nós transgredimos.
mas não quero falar disso agora. quero falar do processo de montagem. é maravilhoso, louco, desgastante, cansativo, desafiante...é tudo ao mesmo tempo.
tudo começou de forma despretenciosa. aquele lance de que, quando se quer muito uma coisa, ela acontece (desde que não fiquemos de braços cruzados, claro) é mesmo verdade. eu queria muito montar martins pena. elaborei um projeto e apresentei à joana ziller, coordenadora do curso de jornalismo da una. joana foi a primeira pessoa a acreditar em mim. montei um edital que foi divulgado para os alunos da faculdade de comunicação e artes. conseguimos internamente compor a equipe técnica quase toda. parte do elenco veio de fora. tolentino, andréa e fabíola, eu conheci numa gravação de um curta que fiz com o pessoal de cinema.
começamos a ensaiar em meados da primeira semana de julho (não sei bem ao certo quando foi) e todo mundo tinha medo de que não desse tempo. até eu tinha, embora só agora admita isso publicamente.
no decorrer dos ensaios, muitas surpresas. pessoas abandonando o barco por medo, irresponsabilidade, descomprometimento, ou simplesmente por achar que o tempo dedicado à idéia maluca de nelio souto era perdido. muitos prazos não cumpridos, presenças não confirmadas, não efetivadas. várias pessoas desligando o telefone pra não nos atender, e-mails (dezenas deles) sem respostas, omissão, covardia. teve de tudo, como num verdadeiro palco. acho que o desgaste no processo torna o resultado final mais saboroso. algo do tipo, "com ou sem você, conseguimos."
sem ressentimentos, quero dizer que as pessoas fazem suas escolhas e cabe a cada um respeitar essas escolhas.
quero parabenizar aos profissionais responsáveis pelo produto final do nosso espetáculo. nossa equipe deu um show de profissionalismo, competência, doação. essa montagem me rendeu (e creio que também da parte de muitos outros da equipe) mais que um grupo, mas uma família. estivemos juntos 28 dias do ano (só para ensaio e estréia), cerca de 140 horas, 8400 minutos, fora as ligações e e-mails trocados. dividimos garrafinha d'água, maçã, barrinha de cereal, dinheiro de passagem, a conta do "pelicano". nos consolamos em momentos tristes, e nos vangloriamos pela vitória de alguns, como sendo nossa (felipe e andréa passaram na ufop). nossos estresses no máximo desceram a bahia. se chegaram até o "pelicano", ficaram por lá.
agradeço ao apoio do meu amigo pedro paulo, da "we patty festas" que fez o transporte do cenário, à scarlat, da lavanderia "maritima", à rita alves, que nos ajudou com os objetos de cena, ao anderson fagundes que cuidou do cabelo do elenco, à marcela moreirah que ajudou a compor nosso figurino, ao daniel, segurança da una, que foi gentil pra caramba conosco, ao daniel do publiuna, que deu uma força fazendo imagens dos ensaios, à nina, nossa preparadora vocal, tão gentil, aos amigos que entregaram flyers na rua (matheus botarro). ao aluisio reis, que conseguiu pra gente o teatro do sesi, para um "aulão" staninslavskiano. ao professor de língua portuguesa joão guilherme e ao Roberto, nossos amados mestres.
enfim, quero agradecer à todos que estiveram envolvidos diretamente ou não no processo. me perdoem se me esqueci de alguém.
quero abraçar a um por um e dividir minha satisfação, minha realização, de levar aos palcos um texto suave, engraçado, sem palavrões e sem preconceito. esse espetáculo firma o compromisso pessoal que cada um do grupo tem com o resgate de grandes autores e grandes textos. nós acreditamos que só por e pela educação é que teremos um brasil, um mundo melhor. somos sonhadores sim. fazemos teatro. quem não sonha jamais teria capacidade de fazer as pessoas sonharem.
último sinal: "as casadas solteiras", de martin pena, hoje (04/08) e amanhã (05/08), às 20:00 horas, teatro do icbeu, rua da bahia 1723, funcionários, próximo à praça da liberdade. entrada franca, sujeito à lotação do teatro (250 lugares).
valeu!
divulgação
As casadas solteiras, de Martins Pena
O teatro ICBEU será palco de uma grande estréia. A peça “As casadas solteiras” faz sua apresentação ao público mineiro nos próximos dias 4 e 5 de agosto, respectivamente terça e quarta-feira, às 20h.
Com texto de Martins Pena, direção e adaptação de Nelio Souto, a peça conta a história de dois amigos ingleses, John e Bolinbrok que, apaixonados pelas irmãs Virginia e Clarisse, as roubam do pai e com elas fogem para Bahia. Longe de casa, Clarice e Virgínia sofrem com o tratamento britânico de seus maridos, que em nada se parecem com os antigos amantes da época em que se conheceram.
Todas as armações dos casais contam com a ajuda de Jeremias, um sujeito atrapalhado que vive correndo da mulher, Henriqueta, uma pobre e infeliz esposa abandonada pelo marido. Mas um acontecimento faz brotar o amor entre o casal, que resolve apoiar as infelizes irmãs Virgínia e Clarice numa fuga de volta ao Rio de Janeiro, quando o quadro muda de figura.
Com proposta experimental e apresentação gratuita, o projeto formado pelos alunos do Centro Universitário UNA busca o resgate de um antigo e maravilhoso texto, de domínio público, mas pouco conhecido pelo grande público.
Vale a pena conferir.
As casadas solteiras
Data: 4 e 5 de agosto
Horário: 20:00
Classificação: Livre
Gênero: Comédia
Duração: 50 minutos, em média
Local: Teatro do ICBEU, Rua da Bahia 1723, Lourdes – Belo Horizonte
Ingressos: Entrada franca. Ingressos retirados com até meia hora de antecedência, na própria portaria do teatro.
O teatro ICBEU tem capacidade de 245 lugares na platéia (sendo cinco lugares para deficientes físicos).
Informações:
João Marcelo/ Assessoria de Imprensa - Informações: (31) 9951-7099 ou (31) 3378-1568
Ficha técnica
Texto: Martins Pena
Direção: Nelio Souto
Assistente de direção: Guilherme Côrtes
Aloisio Reis
Elenco:
Andréa Sannazzaro como Virgínia
Fabíola Mendes como Clarice
Tolentino Ferraz como John
Graziele Lopes como Henriqueta
Marcos Oliveira como Bolingbrok
Raphael Jota como Jeremias
Sheila Sampaio como Tomázia
Vitor Hugo como Narciso
Cenografia: Aloísio Pires
Direção Musical: Sheila Sampaio
Iluminação: Gabriel de Barros
Figurino: Carolina Mayrink
Juliana Assunção
Direção de produção: Iara Fonseca
Maquiagem: Natália Zamboni
Débora Gomes
Direção de Arte: Sheila Sampaio
Operação de som: Daniel Sul
Preparação Vocal: Nilza Santos
Assessoria de Comunicação: João Marcelo
Programação visual: Shirley Araújo
Fotografia: Anna Sandin
Cabeleireiro: Anderson Fagundes
2 comentários:
Os sonhos não envelhecem...
É bom ter você aqui, perto.
Beijo!
Vocês simplesmente arrasaram!!!Amei,uma criatividade incrível e novos talentos reconhecidos.
Parabens Nélio pelo bélíssimo espetáculo.Um sonho realizado!!!!
Sucesso agora e sempre para você e todo elenco.
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