Espaço de conteúdo quase inédito, num mundo onde tudo já foi dito, escrito, cantado, postado, fakeado...
quarta-feira, 24 de junho de 2009
PÁGINA NOVA
"Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova..."
[Mário Quintana]
A alguns dias atrás, lendo Esopo, me lembrei da fábula da águia e resolvi fazer uso dela para inaugurar uma nova fase da minha vida. O momento foi muito oportuno, frente à quantidade de coisas bacanas que tem me acontecido.
A águia é o animal símbolo de uma série de virtudes, entre elas, inteligência, humildade e sabedoria. A fábula diz que, depois de uma certa idade, ela se isola do restante do grupo e se prepara para viver a outra metade da vida.
Descobri que a águia tem a maior longevidade da espécie, podendo chegar a 70 anos. Sendo assim, seu processo de renascimento acontece por volta dos 35 anos quando, com suas unhas compridas, o bico curvado, as penas pesadas, ela já não pode mais caçar com tanta presteza. Aí acontece o processo de renovação, quando é escolhido o alto de uma montanha, entre os rochedos. A águia arranca seu bico batendo-o numa pedra e depois de um tempo, quando um bico novo cresce, ela arranca as unhas. Depois começa a arrancar as penas velhas e pesadas. Renovada, com unhas, bico e penas novos, ela sai para seu "vôo de renovação".
A história é interessante e bem motivante. Acho empolgante a idéia de se avaliar o que tá "embassando" nossa vida e arrancar alguns pesos do nosso corpo, da nossa alma, do nosso final de semana. E foi exatamente isso o que fiz. Dei uma repensada no que eu quero pra minha vida. Na verdade acho que me "resignifiquei".
Hoje de manhã, fiz uma descoberta. Descobri que, segundo Alexandre Pelegi, sou um cara rico. Ele diz que no Brasil há uma linha social que separa o país em dois mundos e essa linha surge na vertente do SUS versus plano de saúde e ensino público versus ensino pago. Eu tenho um plano de saúde, um plano odontológico e estudo numa faculdade particular, logo sou um cara rico. Engraçado que, me lembro de algumas vezes pedir a minha mãe algumas coisas que ela não podia me dar. Quando eu questionava o porquê e justificava que um coleguinha já tinha aquilo, ela dizia:"mas fulano é rico, ele pode". Acho que isso significa que eu hoje então posso um monte de coisas.
Acho que posso comprar uma bicicleta. Bicicleta era uma das coisas que meu coleguinha tinha e eu não podia ter. De fato Pelegi tem razão. Na época eu estudava numa escola pública e não tinha plano de saúde.
Outra coisa que posso é tomar leite com toddy, na proporção de cinco colheres de toddy para um copo de leite. Isso também era coisa de rico, por que em casa de pobre, quando tinha toddy, esse tinha que durar pelo menos por um mês.
Quando criança, eu queria muito ser rico. Achava que todos os meus problemas estariam resolvidos. Sonhava com isso. Hoje, depois da notícia do Pelegi, descobri que nem estou com os problemas resolvidos, como imaginei que fosse e essa riqueza nem fez de mim uma pessoa tão melhor assim.
E já que a palavra da vez é repensar, repensei meu blog, e com ele várias outras coisas, como meu curso, minha saúde, meus planos, meu "existir", minha vida profissional, minha vida pessoal, minha vida amorosa...dexei pra depois. Cada coisa a seu tempo. Não se tem e nem se pode tudo ao mesmo tempo.
Ao som de Valerie, Amy Winehouse
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3 comentários:
Bom te ler... muito bom!
Saudades!!
Ow meu anjo. Bom é receber sua visita.
Saudades também. Mas olha, não sei se ainda tenho créditos contigo mas, tenho tentado organizar melhor meu tempo e nessa organização tô revendo minhas prioridades, entre elas estar mais com os velhos amigos. Isso tem me feito muita falta. Beijo grande.
Obrigado pela visita.
Adorei o novo visual do blog!
Repensar é sempre bom...
Quanto à riqueza... acho que o mais importante é a riqueza do coração...
A coleguinha virtual dos meus cachorros escreveu uma coisa, que eu acho que se encaixa bem aqui: "O dinheiro pode comprar um bom cachorro, mas só o amor pode abanar o seu rabo!" Pense nisso!!! Por trás das palavras engraçadinhas, há um sentido muito maior do que "Adote um cãozinho"... Basta entender os sentidos ocultos das frases...
Bjos!
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