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terça-feira, 31 de março de 2009
Quero abraçar o mundo
Mudou tudo. Refiz meu caminho. Agora subo ladeiras, quebro à esquerda, espero o sinal, olho as vitrines, as pessoas sempre apressadas, como eu era até então. Agora não corro mais. A pressa não me leva a lugar nenhum.
Saindo quinze minutos mais cedo de casa, corro os olhos no que acontece mundo “a fora” lendo manchetes nas bancas, sem me esquecer do que acontece mundo “à dentro”, em mim.
Meus pés pisam mais firmes no chão. Agora só uma luta corporal me derruba. Estou como que plantado, solidificado, fincado numa terra dura, árida, seca, mas que espera por chuva. Ela virá. A dor da estiagem nos torna dignos da colheita. Assumo minha estiagem. Minha provisória estiagem.
Estou me propondo a conhecer minhas várias existências. Cada relação minha com qualquer manifestação de sentimento que seja, me revela coisas surpreendentes. Amigos, boa música, e uma companhia que bem poderia me acompanhar. Em parte do meu dia, existo com eles, na presença deles. Quando não, sou um que pega ônibus, lê Machado, se apaixona e afoga as mágoas num boteco qualquer da Savassi, nostálgico, mas feliz pela capacidade da vida de ensinar a viver.
A vida é uma rua. Subida, descida, escura, apavorante, lasciva, vazia, cheia, sem saída... Nas esquinas decidimos que rumo tomar. Tomei o meu e estou aqui, transformando meu pouco em muito, em tudo e não desperdiçando doces sorrisos, versos não intencionais e a deixa da vida para que eu me apaixone. Enquanto alguém não me toma pela mão, vou eu fazendo a lista do bem-viver. Lareira, Chico, eu, você, vinho, e o mundo se completa. Tudo me completa. O “tudo” são peças. Você é a peça que me falta.
No mais, vou indo. Cheio de sonhos, planos e projetos. Cheio de saudades. Saudades e lembranças.
Roubaram meu celular. Lamentei por todos os meus contatos perdidos. Exercitei meu desapego. Não entendo como um camarada pode roubar alguma coisa de alguém. Tenho curiosidade em saber o que se passa na cabeça de um sujeito quando rouba. Será que o cara pensa antes de fazer? Me causa desconforto saber que não conheço nada ou tão pouco do ser humano. Conheço pouco de mim, admito, mas tenho tentado...
Conheci novas pessoas super agradáveis que tem me feito ótima companhia. Deixei de ter medo de conhecer novas pessoas. Vivendo e aprendendo.
Estou numa fase boa da vida. A cabeça cheia de planos, cheia de idéias. A vida voltou a me inspirar. Quero abraçar o mundo.
“Não preciso me drogar para ser um gênio;
Não preciso ser um gênio para ser humano;
Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.”
Chaplin
Ao som de Clocks, do Coldplay
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2 comentários:
Está um texto bem reflexivo esse. São certos "extremos" na vida que nos instiga a mudarmos ou nos abrirmos mais para o mundo. Acredito estar passando por uma fase muito boa, apesar das peças que a vida vem pregando em você. Isso com certeza te inspira, não só pelo teu belo texto, mas, como também em querer agarrar tudo o que o mundo tem a te oferecer de bom. "Não deixe nada passar!" ;p
Obrigado...
É sempre um prazer cruzar contigo por "essas caminhadas".
Obrigado pela visita.
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