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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Você vale quanto?


Vivemos em um mundo consumista onde os valores de uma pessoa acabam sendo transferidos do que ela é para o que ela tem. Não é necessário nenhum esforço sobre-humano para enxergar a tamanha deteriorização que atinge o homem moderno.

O mercado publicitário, a cada dia, se prepara mais e mais para atacar justamente nosso ponto fraco, aquilo que nos torna mais vulneráveis. Se você está atravessando uma fase da vida de muito trabalho, correria, não tem tempo para se alimentar bem, preparar seu próprio jantar, e isso, além de tudo lhe causa frustração, certamente você será mais feliz e mais saudável se adquirir um grill ou um microondas ultramoderno, auto-não-sei-oquê, dezenas de funções, que permitirá que seu jantar esteja saborosamente e rapidamente pronto com um mínimo de esforço seu, ficando esse esforço à cargo da energia elétrica, apenas.

Lançaram, acreditem, uma máquina de fazer pães que, quando programada, prepara seu pão enquanto você dorme. Imagina a diferença que uma máquina dessas faz na vida de um sujeito que pagaria caro por mais cinco minutinhos debaixo do edredom?

Tudo bem. Concordo que fazer uso das inovações tecnológicas para tornar nosso dia mais proveitoso - deve ser essa a intenção - não é um pecado dos imperdoáveis, mas e quando essas agregações de valores passam a tomar conta da nossa vida e a condicionar nossa felicidade? Seria esse então, o momento de nos preocuparmos?

Deveríamos. O que assistimos hoje é uma falsa necessidade de se ter isso ou aquilo, imaginando que, depois de uma aquisição, estaremos mais felizes, teremos mais tempo livre e seremos até mais saudáveis. Compramos o produto útil, que depois de um tempo, acaba esquecido num canto qualquer da casa. Esteiras ergométricas são oconcur e o que seria símbolo de promessa de vida nova no ano novo, acaba se apropriando de outras utilidades, como varal para toalha molhada, cabide para pendurar bolsas, guarda-chuvas, e o que mais a criatividade permitir.
A coisa vai ficando mais séria quando há um agravante chamado modismo. A necessidade deixa de ser a de se ter o objeto cobiçado e passa a ser a de mostrá-lo. Nesse momento entram as "famosas" marcas "famosas", fábrica de sonhos e de uma falsa sensação de poder. É impressionante como qualquer ser humano de péssima auto-estima se sente o rei da cocada preta vestindo griffe. Conheço pessoas que se fossem abordadas na rua por um ladrão, enfrentariam ferozmente o contraventor para salvar seu GUCCI. O que podemos esperar de uma sociedade que é o que veste?

Certa vez li um texto de Martha Medeiros que dizia que “bom gosto e mau gosto custam o mesmo preço”, mas não concordo. Em algumas vezes mau gosto custa caro e o pior, é pouco original. É atriz do horário nobre e jogador de futebol usar, vende, vira febre. Estamos, cada vez mais, perdendo nossa personalidade, nossa capacidade de escolher nosso estilo, nossas necessidades. Assusta-me essa imposição de que devo vestir assim e assado para me enquadrar numa sociedade que não me serve de exemplo e naturalmente, não deveria me servir de padrão. Minha maior satisfação é simplesmente ser eu mesmo e logo, diferente.

Em tempos de relações cada vez mais frias, estamos enfrentando relações cada vez mais caras.
Desculpem-me os mais caros, mas eu não tenho preço.

Nelio Souto

2 comentários:

Anônimo disse...

oooowww....
Pensando bem, não gostei dessa tal máquina de pão não!!!
Pão engorda, dá pneu!!!
E eu to precisando esvaziar o meu! kkkkkkkkkk......
Se é que bem me entende... rs...
Mas concordo com o texto!
Aliás... tenho um coqctail (como se escreve isso???) na próxima semana e não faço a menor idéia da roupa que eu vou... :s
É esporte-fino... alguém pode me dizer que raios é isso???
Bjos...

PS> Texto fabuloso!!! Tem bem a cara da Martha Medeiras, viu?!

Óóóó... vc tá ficando bom nisso, heim?!?!?!

Nelio Souto disse...

Liv, se quiser escrever "coquetel" em português, é assim que se escreve, normal. Se quiser ser mais chique e combinar a escrita com a ocasião, escreve-se "Cocktail".

Para vestir, sugiro preto. Eu particularmente acho que as mulheres ficam mais elegantes nessas ocasiões, de preto. Deve ser de um bom tecido, acompanhar uma jóia que signifique bom gosto, tipo algo original, pouco popular. Se não rolar de ser o preto, use outra cor lisa, claro. Pode abusar do bom senso para o decote. Sapatos lindos, de saltos altos e finos. Bolsa de mão, de preferência com um detalhe na cor da jóia(prata ou dourado).

Esse tipo de evento é uma ótima oportunidade para rever amigos, fazer novos contatos profissionais e, relaxar após um dia de trabalho.
Por isso, alguns cuidados são importantes:
a) – Mesmo sendo um evento informal, é importante que se apresente a pessoa sempre que alguém se junta ao grupo. Basta nome e sobrenome. Se for um evento de trabalho é importante que, além disso, no momento da apresentação, o cargo ocupado deve ser citado.
b) - Coquetel souper – isto indica que será servido um prato quente, porisso não abuse dos salgadinhos tradicionais.
c) – Cuidado com as bebidas. Não é porque seja um evento informal que você deve se exceder no uso de bebidas alcoólicas. Cada um tem seu limite e, ao ultrapassá-lo, poderá falar o que não deve ou se comportar de forma inadequada, comprometendo seu futuro profissional.
d) - Use sempre os guardanapos tanto no copo, quanto para segurar os salgadinhos. Evite sempre as
empadas e azeitonas, pois cuspir caroços é decididamente deselegante. Ah, por favor, pegue um
salgadinho de cada vez. Poucas coisas são mais feias que encher as mãos de salgadinhos para comer
depois.
e) - Cartões podem e devem ser trocados. Faça-o no fim da conversa ou na despedida mas, sempre
discretamente e, apenas se for necessário. Não saia distribuindo cartões pelo salão.
f) - Cigarros? Sem problemas, quando permitido. Se você fuma, coloque-se sempre ao lado de um
cinzeiro antes de acender o cigarro.
g) - O que falar num coquetel? Depende do tipo do evento. Se for um lançamento de livro ou abertura
de mostra de arte, você deverá se informar, previamente, sobre o autor ou o assunto. Evite, porém, se
aprofundar no assunto, pois esse é um evento social e, não um seminário sobre o assunto. Se
pretende discutir um assunto mais sério, diga que vai ligar para marcar um encontro, principalmente
se for um assunto relacionado a trabalho.

Espero ter ajudado...na verdade peguei regras básicas já que você não me falou qual era a ocasião do seu coquetel.

Boa sorte!