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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
O dia de um bon vivant
Recursos. Não os tenho, para explicar o que se passa e se descompassa no meu rítmo de coração e de vida.
Horas. Não as vejo passar, nem rápido, nem devagar.
Não há tempo.
Chão, não há. Não o quero, não preciso, se minha empreitada é imobilizar teus braços, congelar teu tempo, sentir teu corpo, inventar um momento para levar comigo, aonde você não for.
Há sempre uma volta, mesmo que sem ida.
Uma volta da vida. Um recomeço? Talvez.
O fato é que, as tardes de domingo mudaram de cara, de tom.
Sombreada, branca, por vezes, vermelha.
Xadrez talvez, e quem sabe verde? (Verde lhe cairia bem, eu acho.)
Mas a cor pouco importa, se o crepúsculo te pinta no melhor ângulo.
O mesmo faz as manhãs que não conheço contigo, as claras noites de verão, as tardes de Campos do Jordão.
Quisera eu, em momento oportuno, despir-te de armaduras e vestir-te com a pureza que lhe cabe, que lhe é sua, ajustadamente sua.
Não bastasse seres linda, dócil, minha,
filosofas.
Eu, com minhas razões e teorias, experimentos, sensações, descobertas na combinação de um café com pouco açúcar, silêncio curto e assaltos de crise existencial, contrasto com você na poesia, na crença emprestada de Wilde e na descrença de Nietzsche.
Mais um trago, um olhar, uma descoberta.
Cada traço no rosto entrega os traços da alma, do corpo, desenhado pelo desejo de ser artista e pintar, com os dedos, uma tela de poesias. Brancas poesias.
Minha poesia casa sua filosofia.
Altas horas, alto estou eu, com risada solta, despreocupada, despretenciosa.
Outro mundo me espera.
Um táxi te leva e te entrega, alva, como se acabasse de sair do banho, do outro lado da cidade
e eu, aos cacos, me arrasto Contorno à fora, achacoalhado pelas suas mãos suaves, deslizantes,
cabeça perdida, olhar cansado.
Nada é mais como antes.
Pior se assim não o fosse.
São nos espaços que você me deixa, que eu me encontro.
E rindo das mangueiras da Carangola, subo.
O tempo urge, coração ruge, ó Santo Antônio, valei-me!
Nelio Souto
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4 comentários:
o amor traz inspirações pra gente, poxa, como isso é bom.
e diante tudo isso, acho que da pra perceber que ele diz muito mais do que mil palavras. fico pensando na letra do cazuza ''eu quero a sorte de um amor tranquilo''.
bom te ler, bom te ver feliz, assim. vcs dois.
um abraço
Eu tb quero um poeta que escreva pra mim!!! :)
Tomara que vcs sejam felizes para sempre e venham logo me visitar!!!
(Melhor vir logo, antes que venham os filhos... kkkkkkkkkkkkkkkk)
Brincadeirinhas à parte, você merece toda felicidade do mundo meu AMIGO-poeta!!!
Bjoks
o amor deixa as pessoas,como verdadeiros poetsa né mocinhooo!!amei seu blog voltarei sempre!!bjos
É, o amor nos traz boas escritas e momentos que nos atormentam ou engrandece a memoria.tai gostei!!!me lembro de te sentido isso com alguem em algum lugar,sentirei novamente e poderei escrever todos esses desabafos...LU
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